Como tratamos a hiperidrose?
Hoje aceitamos a existência de dois tratamentos considerados eficientes para o tratamento da hiperidrose primária: aplicação da toxina botulínica e o tratamento cirúrgico realizado pelo bloqueio do gânglio da cadeia simpática por vídeo-toracoscopia bilateral. A cirurgia é o tratamento definitivo.
Quais são os pontos negativos da aplicação da toxina botulínica?
O resultado é temporário, o procedimento tem um alto custo, as pessoas reclamam de muita dor e os efeitos colaterais da toxina podem variar desde a perda da sensibilidade tátil até o botulismo.
Para situações extremas, soluções extremas.
Revolucionária técnica de vídeo-cirurgia assumiu a posição de tratamento seguro, definitivo, pouco invasivo e veio para solucionar essa desagradável condição clínica.
A cirurgia é conhecida como simpatectomia vídeo-torácica bilateral. Além de permitir um resultado definitivo, este procedimento cirúrgico causa traumas mínimos já que são necessárias apenas duas pequenas incisões de 0,5 a 1 cm. As incisões são no tórax sendo uma logo abaixo da glândula mamária e outra no oco da axila. O tratamento cirúrgico é eficaz em mais de 95% dos casos.
Quais são as técnicas cirúrgicas para o tratamento da hiperidrose?
O bloqueio do gânglio do nervo simpático, que estimula a produção de suor, pode ser realizado através da secção (corte) do nervo, secção e retirada do gânglio ou utilizando um clipe de titânio sem a necessidade de seccionar o nervo.
Como é feita a cirurgia para o bloqueio do estímulo do suor excessivo?
Esta cirurgia é realizada sob anestesia geral. Utilizamos equipamento de vídeo-toracoscopia (cirurgia por vídeo) e materiais especiais para o procedimento.
Qual o tempo de internação hospitalar?
Normalmente, os pacientes deixam o hospital antes de completar 24 horas da cirurgia.
Como é o pós-operatório?
No pós-operatório imediato alguns pacientes referem dor leve a moderada, mas com a administração de analgésicos, por alguns dias, estes sintomas são facilmente controlados.
O que não devemos fazer no pós-operatório?
Recomendamos que nas primeiras duas semanas após a cirurgia sejam evitados exercícios físicos. As atividades do dia-a-dia estão liberadas logo após a alta hospitalar.
Quais são os riscos de complicações cirúrgicas?
A incidência de complicações é menor de 1%. As mais freqüentes são o hemotórax (sangue no tórax) e o pneumotórax (ar no tórax). Estas complicações são facilmente tratadas, sem qualquer seqüela, desde que o cirurgião seja capacitado para tal.
Quais são os efeitos colaterais do tratamento cirúrgico?
O mais comum dos efeitos colaterais é o suor compensatório ou reflexo (hiperidrose compensatória). Pode também ocorrer, de forma transitória, perda de sensibilidade em região torácica, mudanças no paladar e na salivação.
O que é a hiperidrose compensatória?
É o aparecimento de suor em maior quantidade em outras regiões do corpo onde não era evidenciado antes da cirurgia. Isto pode acontecer no abdomen, dorso, nádegas, coxas ou pernas. Geralmente os sintomas são leves podendo desaparecer com o tempo. Para a maioria, a hiperidrose compensatória é um pequeno incômodo quando comparado com a situação que motivou a cirurgia. A hiperidrose compensatória severa pode acontecer em 4 a 7% dos pacientes.
Qual é o grau de satisfação com o tratamento cirúrgico?
A satisfação com o resultado da cirurgia é maior de 90%.
Quais são as chances de sucesso no tratamento cirúrgico da hiperidrose primária com a simpatectomia vídeo torácica?
A probabilidade de sucesso varia de acordo com o local do excesso de suor e de cada organismo. Espera-se cura em quase 100% da hiperhidrose palmar, aproximadamente 95% da axilar e mais de 80% na crânio-facial. Os pacientes com hiperidrose nos pés notarão uma melhora entre 50 e 70%.